Review - Ori and The Blind Forest

Peço desculpas, mas acho que estou suando pelos olhos
nesse exato momento em que escrevo esse review.
Ok, deixando um pouco as emoções de lado, se isso for
possível, ao iniciarmos Ori and the Blind Forest, a primeira reação é de
espanto, pela beleza dos cenários e movimentação de Ori (o personagem).
Tratando-se de um jogo de plataformas 2D, é fundamental treinar bastante a
pontaria e a precisão dos movimentos de Ori quando está no ar. Rapidamente
percebemos o quão apurado está o controle de Ori e o quanto ele responde aos
nossos comandos.

Com apenas pequenas dicas sobre o que fazer em seguida,
começamos nossa jornada. Diferente do que estamos acostumados a ver nos games
atuais, não há muita explicação de imediato. Apenas uma breve introdução,
narrada por uma voz grave e trêmula, deixando que a descoberta por novos mundos
e rumos fique inteiramente por nossa conta.
O game apresenta uma atmosfera rica e belíssima, com um
detalhe visual que vai tomar sua tela em cores e contrastes fantásticos. De
fato, não conheço outros games tão bonitos quanto Ori and the Blind Forest. Apesar da qualidade
gráfica impressionante (mais parece uma pintura animada), Ori and the Blind
Forest infelizmente não “brilha” assim quando o assunto é framerate. Percebei
pequenas quedas em algumas passagens por níveis em que haviam muitas
informações na tela. Mas isso não mancha ou se quer arranha a beleza e a magnitude desse mundo mágico.

Para incrementar essa obra de arte gráfica, uma
competente trilha sonora pauta perfeitamente o ritmo do game. É aquela trilha
que integra o clima e flui com o jogo e que reforça as emoções do jogador de
forma bem apropriada. Já experimentou ouvi-la fora do games, baixando a OST
(Original SoundTrack)? É de arrepiar!
Quanto à mecânica e gameplay, Ori irá evoluir
naturalmente durante a aventura, em uma série de melhoramentos divididos entre
três ramificações. São elas: habilidades defensivas, ofensivas e especiais
(como respirar debaixo de água). Logo,fica claro que poderá perfeitamente
moldar sua experiência de acordo com sua prioridade e escolha do caminho à
seguir. Independentemente da forma como escolher evoluir Ori, não importa, pois
todas as habilidades são relevantes à história e cumprem perfeitamente seus
propósitos.

Com o desenrolar da aventura, irão aprender a saltar de
parede em parede, escalar e deslizar, pairar com um paraquedas feito de pena,
desviar projeteis inimigos e muito mais. O game segue uma estrutura comum aos
grandes clássicos do gênero, permitindo revisitar as seções e encontrar áreas
secretas com as novas habilidades adquiridas - a diferença é que Ori and
the Blind Forest tem uma estrutura orgânica única. O mundo parece naturalmente
vivo e misterioso, sempre disponível para surpreender o jogador a qualquer
momento.
Não ache que por ser um game artisticamente impecável,
seja necessariamente fácil. Eventualmente, a curve de dificuldade pode espantar
uns e outros. De fato, há momentos em que é preciso ser muito preciso nos
saltos, pois do contrário irá morrer dezenas de vezes na mesma fase. É preciso
parar, pensar e identificar o melhor momento de agir. Embora não ache MUUUITO
difícil, Ori and the Blind Forest é bastante desafiador.

O seu maior desafio, não se resume apenas na precisão das
plataformas ou na tentativa de encontrar todos os segredos. O maior problema
surge quando são necessárias 10 ou 15 tentativas para ultrapassar algumas áreas
do game. Isso pode ser frustrante em alguns momentos...
Pelo menos estes picos de dificuldade são
equilibradamente escassos. Um detalhe que pode passar desapercebido para
muitos, mas que me chamou muita atenção é o modo como são realizados os
checkpoints. Na minha humilde opinião, é um dos melhores sistemas de
Checkpoints dos últimos anos. Na prática, é você quem cria o seu próprio
momento e local do Checkpoint, onde retornar quando morre. Esse método, sem
dúvida, mascara a dificuldade elevada em alguns momentos e permite focar a
experiência nos desafios. E nesse aspecto, Ori and the Blind Forest merece meus
singelos e reais cumprimentos ao designer de níveis.


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